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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

EMEF Carlos Boettcher Filho no Desfile em Homenagem ao Colono e Motorista da Paróquia de Rio Pequeno

ESCOLA E COMUNIDADE: UMA HISTÓRIA DE TRABALHO, FÉ E COOPERAÇÃO
Schule und Gemeinde: Eine Geschichte über ARBEIT, GLAUBE und KOOPERATION
Os trabalhos desenvolvidos em nossa Escola baseiam-se em atividades que valorizam o desenvolvimento do potencial dos alunos sem deixar de mencionar as raízes que foram lançadas pelos primeiros imigrantes. Por volta do ano de 1912, nesta comunidade, foi construída uma casa para fins eclesiásticos e que também foi usada para fins escolares, pois retratava a preocupação dos imigrantes com questões ligadas à fé e à educação. A EMEF Carlos Boettcher Filho atende alunos da educação Infantil ao 9º ano e a direção está ao encargo dos professores Rafael Schultz e Susane E. Wartchow Jaeger. A inauguração da Escola no terreno onde localiza-se atualmente ocorreu no dia 13 de maio de 1941 e completou, portanto, 71 anos de uma história recheada com experiências gratificantes. A maior parte das famílias está ligada ao trabalho voltado à agricultura, especificamente ao cultivo do fumo e mantimentos, uma herança dos nossos antepassados que deixaram em seu legado o trabalho com a madeira, o ferro, o couro, as fibras, a terra. Inicialmente, o imigrante teve que se adaptar ao clima, aos produtos da terra, a implantação das sementes oriundas do país de origem, ao clima e outras intempéries. Estas dificuldades iniciais forçaram a união de todos para um bem comum. Não poderíamos deixar de mencionar uma atenção especial para as escolas. Estas eram criadas para ensinar as crianças a ler, escrever e fazer contas. Assim, surgiram as escolas de comunidade, em alemão Gemeindeschule. As crianças vinham de longe, algumas até se deslocavam a cavalo. O material de aula era simples: a lousa, em alemão Tafel; o lápis de pedra, em alemão Griffel, e mais tarde a cartilha, em alemão Lesebuch. A intensa vida em família e os encontros nos locais de lazer, nos clubes, fez surgir sociedades que aqui em Rio Pequeno é representada pela Sociedade de Damas Fraternidade , pela Sociedade de Atiradores Rio Pequeno, grupos de música, de teatro, de coral de vozes e de sopro.
Entendemos que a vida tem sentido, em se tratando de identidade cultural, quando conhecemos nossas raízes, de onde viemos, quem somos e como somos. É preciso conhecer o inicio de tudo para entendermos as mudanças culturais que ocorrem no presente e que ocorrerão no futuro.
QUE MARCAS VOCÊ ESTÁ DEIXANDO EM NOSSO PLANETA? Este é o grande questionamento que é feito para cada um de nós. Sabemos que os primeiros imigrantes alemães produziam praticamente tudo o que necessitavam para o seu sustento e levavam uma vida simples e em constante contato com a mãe natureza. Com o passar do tempo a vida em sociedade foi se modificando e, muitas vezes, as pessoas procuram seguir regras impostas pela mídia comprando e consumindo em excesso. Novas concepções surgiram, novas práticas, ocupações, tudo mudou em tão pouco tempo. Fala-se em Era Digital, em Era do Computador e a sociedade passou a ser considerada não por aquilo que é ou pelos seus feitos, mas por aquilo que lhes pertence, por aquilo consome. É comum percebermos que as sacolas de compras estão presentes no dia a dia do ser humano, que o alimento não é mais tão natural, que a água está sendo substituída pelo refrigerante,... E como se não bastasse... o material descartável toma conta das ruas, das águas. Conforme dados estatísticos, a quantidade de lixo produzida semanalmente por um ser humano é de aproximadamente cinco quilos. Só no Brasil se produz cerca de 240 mil toneladas de lixo por dia. Desde total, 76% do lixo é jogado a céu aberto sendo visível ao longo de estradas e também muito material é carregado para represas de abastecimento durante o período de chuvas.
Novamente perguntamos: Que marcas você está deixando para o futuro? Sustentabilidade é a palavra do momento. O termo foi adotado para definir uma série de práticas, em nossa casa, na rua, na escola, na comunidade com a finalidade de tornar a nossa vida mais saudável e feliz. É necessário refletir a respeito das nossas ações: consumir os produtos com mais responsabilidade, dar um destino correto ao lixo que produzimos e valorizar mais a natureza! É preciso lembrar que... SIMPLES ATITUDES FAZEM GRANDES DIFERENÇAS Para que estas atitudes façam a diferença, os nossos dons devem ser colocados em prática contribuindo com o bem-estar das pessoas com as quais convivemos. • Neste contexto, apresentamos o grupo da OASE (Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas) de Rio Pequeno. O grupo conta com aproximadamente 20 senhoras que utilizam materiais descartáveis (principalmente garrafas pet) na confecção de flores, enfeites, árvores de Natal. São gestos de solidariedade e de esperança! O gesto de servir das senhoras da OASE quis e quer ser resposta ao amor de Deus revelado no Evangelho de Jesus Cristo.
• Os imigrantes alemães também contribuiram de forma relevante na gastronomia. A produção de cuca, trazida pelos imigrantes, ajuda a incrementar a renda de muitas famílias. Em Rio Pequeno esta tradição está sendo mantida pela família Pranke que também está presente neste evento. Lembranças e gostos que o tempo não apaga!
• Neste desfile contamos também com a presença do CRAS - Centro de Referência da Assistência Social – de nosso município, cujo trabalho social visa proporcionar novas vivências para as famílias que integram este trabalho coordenado pela Assistente Social Salete dos Passos Faber com o auxílio da colega Assistente Giovana Schünke e da Psicóloga Julyana Sontag. Este trabalho foi iniciado em 2008 na localidade de Rio Pequeno e em 2011 integrou-se também a localidade de Alto Rio Pequeno. Durante as atividades desenvolvidas nos encontros busca-se o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários através da reutilização de materiais recicláveis como garrafas Pet, latas de alumínio, retalhos de roupas, ...para difundir a ideia de sustentabilidade.. São exemplos e práticas a serem difundidos!
• Sabemos que a poesia sempre esteve presente na vida de nossos antepassados e continua fazendo parte do nosso dia-a-dia São cantigas de roda, trava-línguas, adivinhas, músicas, poemas, enfim versos que mostram a essência e a pureza da vida. Os alunos do 5º ano da EMEF Carlos Boettcher Filho estão trabalhando no projeto Poetas da Escola e farão a distribuição de poemas em homenagem ao COLONO e ao MOTORISTA, os grandes homenageados desta data.
• Grupo “Patrulheiros do Meio Ambiente”: Atividades voltadas à Consciência Ambiental, através do Projeto Verde é Vida da Afubra, Bolsa de Sementes, Recuperação de Formações Florestais, Diagnóstico Ambiental e Desenvolvimento Sustentável na busca do bem-estar social e ambiental.
• DANÇA E A SUA ALEGRIA Os nossos imigrantes, oriundos de vários países, tinham na sua bagagem uma riqueza incalculável, a língua, a maneira de se vestir e se alimentar, as festas, os costumes, a fé e tradições. As diversões eram autênticas e coletivas. O baile, por exemplo iniciava com a Polonese (Polonaise) Aufzug e seguia com valsas, marchas e polcas. Incluiam igualmente algumas danças folclóricas como: Herr Schmitt, Kreuzpolka, Hacken-Schottisch, Spazier Walzer, Rutschpolka, Konter, Pressioneria, Siebenschritt, Blaufärber e a Damentur ou Damenwahl (Escolha das damas). Para finalizar o baile, o Kehraus (a dança final ou saideira).
• Apreciamos, neste momento, alguns alunos dos Anos iniciais de nossa Escola apresentando Herr-Schmidt e Bruderchen komm tanz mit mir acompanhados pela Bandinha Rio Pequeno, fundada em 2006 em uma Noite Artística da Escola. Esta bandinha conta com 9 integrantes e retrata uma tradição herdada dos imigrantes.. As bandinhas formaram o elemento fundamental na vida social da colônia. Era uma época que a única música das festas era a das bandinhas. Inicialmente somente formada por instrumentos de sopro, acompanhados por instrumentos de percussão, mais tarde adicionados e complementados pelo rabecão, o violino, o acordeão. A música e o canto, enquanto traços culturais, marcavam a vida dos imigrantes para fazer ressurgir uma nova luz que substituísse a saudade da terra natal: “Heimweh".
É muito gratificante ver professores, pais, crianças, jovens, enfim, toda uma comunidade se preocupando com o futuro da nossa cultura e com a memória de nosso povo. Nós somos o maior patrimônio da Mãe Natureza. Que possamos ter orgulho das nossas raízes, das primeiras pessoas que pisaram neste chão que ainda hoje nos sustenta. A EMEF Carlos Boettcher Filho agradece pela oportunidade de participar deste desfile em homenagem ao Colono e ao Motorista. Relembramos também que o dia 25 de julho de 1824 é considerado o marco inicial da imigração alemã no Brasil, com a fundação da primeira colônia no Rio Grande do Sul, onde hoje se localiza a cidade de São Leopoldo, com a chegada de 39 imigrantes. Por isso, como Escola, afirmamos: “É feliz quem gosta de lembrar-se de seus ancestrais, que fala com alegria de seus feitos e de sua grandeza e que, no final da bonita fila, vê colocado, silenciosamente o seu próprio nome.” (Johann Wolfgang von Goethe) In Deutsch: "Er ist glücklich, die ihre Vorfahren erinnern mag, Wer spricht mit Freude auf ihre Leistungen und seiner Größe, und dass am Ende der schönen Linie, siehe beigefügte schweigend seinen eigenen Namen. " (Texto: Professor Rafael / Fotos: Arquivo da Escola)

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